Por Everton Rodrigues (@GNUeverton)
Nos próximos anos o Rio Grande do Sul passará por profundas transformações a partir da ousadia, coragem e busca da transversalidade na arte de fazer política. A postura e propostas do governador “hacker” Tarso Genro fomentará o desenvolvimento da cultura livre na política que poderá superar os processos fechados e conservadores existentes e que fortalecem a corrupção.
Adequação da estrutura do Estado aos interesses e necessidades da sociedade, firmeza programática e ideológica, transparência, transversalidade, mecanismos de participação popular, integração horizontal, desenvolvimento local, controle social e inclusão digital são questões presentes no vocabulário do governador, que provoca sua equipe de governo a “despir-se de hábitos antigos”.

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É com esses entendimentos que o Governador Tarso transforma-se em “hacker” e defensor pleno da “Ética hacker”, que de uma forma legal pretende elaborar ou modificar sistemas de gestão compartilhada para beneficiar a sociedade como um todo. Neste sentido, diferencia-se radicalmente  do “cracker” ou cibercriminoso que utiliza os conhecimentos sobre tecnologia da informação para cometer crimes ou praticar danos contra pessoas, instituições e a sociedade. Este é o primeiro passo para superar a desinformação difundida pelos meios conservadores de comunicação que insistem constantemente em associar o “hacker” a uma ideia de delito e crime.
Dessa maneira é que o governo do RS, representado por sua maior autoridade, o governador, inicia um potencial processo de transformação através das mídias sociais digitais interativas, criando condições para desenvolver uma nova cultura política na gestão pública, capaz de colaborar para uma sociedade cada vez mais articulada para o bem comum, menos competitiva, transformando o estado em símbolo mundial da gestão transparente, interativa e democrática da mesma forma como Porto Alegre já foi a capital da democracia participativa e do Fórum Social Mundial.
É passo importante que o futuro governo do RS compreenda a inclusão digital como uma política transversal a serviço da transparência. A partir das diferentes experiências de inclusão digital (ID) no Brasil e no mundo torna-se necessário ampliar seu conceito para além da inclusão de cidadãos para o simples uso das ferramentas digitais disponíveis. A inclusão digital depende de processo de capacitação em rede e de uma tecnologia vinculada à cultura, arte e participação popular. Assim é possível desenvolver a “Emancipação Digital” na qual pessoas, comunidades, organizações e o Estado adaptam técnicas existentes ou criam novas para ampliar suas capacidades de compartilhar serviços, conteúdos, dados, informações, conhecimentos, culturas e linguagens locais.
Nesta perspectiva, a ID deve garantir condições para o exercício pleno da criatividade, de apropriação das tecnologias da informação e comunicação, da valorização das tradições culturais e fruição de nossa cultura na sociedade do conhecimento. É preciso desenvolver políticas integradas que fomentem a criação livre da propriedade intelectual e estruturar novas cadeias produtivas sem intermediários.
Pensar como utilizar os benefícios das mídias digitais é um desafio para todo o governo no qual a Secretaria de Comunicação e Inclusão Digital terá um papel importante na implementação daquilo que o governo decidir. Da mesma forma, a PROCERGS será fundamental na implementação do plano nacional de banda larga no RS e no desenvolvimento de sistemas de código aberto, assim como a Secretaria de Educação e a UERGS serão importantes para a formação de recursos humanos em rede para o uso e desenvolvimento tecnológico, capaz de aperfeiçoar o que agora será iniciado. Por fim, a Secretaria de Cultura poderá desenvolver as alianças necessárias entre a tecnologia e a cultura que promova uma mudança cultural na sociedade gaúcha.
Os desafios são grandes e o futuro é promissor no RS. Boa sorte ao “hacker” governador Tarso Genro e a toda sua equipe de governo.