O debate de ontem à noite na Rede Tv consolidou a decisão pró-Dilma. A impressão foi confirmada por pesquisa qualitativa feita pelos próprios organizadores do debate com 25 eleitores indecisos, que ao final dos blocos optaram majoritariamente por Dilma, como conta o blog do Josias, na Folha de S.Paulo.
Antes do debate, deste grupo de indecisos, quatro pessoas tendiam a votar em Dilma. Ao final, 10 declararam que irão votar nela. Serra começou o debate com o mesmo número de Dilma em relação à tendência dos indecisos e terminou o programa com apenas três votos. Marina passou de três para sete votos possíveis.
Você pode ver aí ao lado uma tabela que montei com a evolução de cada candidato entre este grupo de indecisos, sem valor estatístico, mas revelador de uma tendência.
O grupo de indecisos gostou mais das partes propositivas do debate, que ajudaram a definição de seus votos, do que a troca de acusações. Mas mesmo neste momento do debate, a vitória foi de Dilma. As reações de Dilma obtiveram oito menções positivas, enquanto as acusações de Serra só foram aprovadas por três pessoas.
As gracinhas de Plínio não pegaram bem e 13 das 25 pessoas o consideraram o pior candidato no debate. Marina foi bem avaliada e saltou de três eleitores potenciais para sete. Seu pior momento foi quando dirigiu pergunta a Dilma sobre a quebra de sigilos na Receita, tema que não interessava a nenhum dos indecisos.
Aliás, Marina precisa decidir de que lado está. Tradicionalmente identificada com o campo popular, a candidata do PV sabe perfeitamente os interesses que estão em jogo nesta eleição e muitas vezes parece costear o alambrado, como diria meu avô. Reforçar a questão do sigilo fiscal é fazer o jogo da direita. Os órgãos competentes já estão fazendo a investigação do caso, e a proposta de Marina sobre o tema não difere em nada do que o governo já vem fazendo. Tentar associar o episódio à candidatura de Dilma é coisa de Serra, e pescar os votos da direita tem um custo político a ser cobrado mais adiante.