O jornal Metrô News, em sua edição de 8 de fevereiro (quarta-feira), mostra que a tarifa do metrô e da CPTM sofrerá reajuste de 3,45% no próximo domingo (12). Passará de R$ 2,90 para R$ 3,00. A reportagem aponta que o aumento acumulado dos últimos dez anos chegou a 87,5%. Em 2002, os bilhetes do metrô e da CPTM custavam R$ 1,60 a unidade.
Nos últimos 17 anos, desde 1995, quando Mario Covas assumiu o governo do Estado, a tarifa do metrô cresceu 275%, saltando de R$ 0,80 para R$ 3,00.
Leia a íntegra da matéria:
Tarifas do Metrô e CPTM sobem 85,7% em 10 anos
Lucas Pimenta
A partir do próximo domingo, 12, as tarifas das passagens dos trens do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) sofrerão reajuste 3,4%, passando dos atuais R$ 2,90 por bilhete unitário para R$ 3,00 por viagem.
Mas, se o aumento de R$ 0,10 por bilhete – ou R$ 6 por mês para quem utiliza diariamente uma passagem para ida e outra para a volta – parece pequeno e não tão pesado, no acumulado dos últimos dez anos, a majoração destes valores chegou a 87,5% com este último reajuste. Isso porque em 2002 os bilhetes do Metrô e CPTM custavam R$ 1,60 a unidade, e partir de domingo a passagem chegará aos R$ 3.
O valor como impacto mensal para quem utiliza o transporte ferroviário urbano chega à diferença de R$ 84 a mais de gastos com trem ou Metrô, na comparação entre 2002 e 2012. Há dez anos, se o usuário utilizasse o transporte, tanto na ida quanto na volta, gastava cerca de R$ 96 a cada 30 dias. Depois do atual aumento, irá gastar R$ 180. Se o valor a mais gasto fosse convertido em bilhetes, já com a tarifa atual de R$ 3, o usuário conseguiria, só com a quantia de diferença que vai gastar a mais, ir e voltar de casa para o trabalho por 14 dias ou quase metade de um mês.
“A estrutura não melhorou na última década. Faltam funcionários e faltam trens. O sistema está superlotado e a população, que está insatisfeita, vem pagando por esses aumentos abusivos. Os funcionários não receberam nada deste acréscimo e o pouco que melhorou é insuficiente”, comentou o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino Prazeres Junior, que diz que a tarifa poderia ser mais baixa se, em suas palavras, o Governo do Estado pensasse no usuário.
“Em outras cidades, como Nova Iorque, a tarifa é subsidiada pelo Governo e o preço é real. Desta forma, o Governo não garante transporte a quem realmente precisa dele”, disse.
Nos últimos 17 anos, desde 1995, quando Mario Covas assumiu o governo do Estado, a tarifa do metrô cresceu 275%, saltando de R$ 0,80 para R$ 3,00. Nos últimos 17 anos, desde 1995, quando Mario Covas assumiu o governo do Estado, a tarifa do metrô cresceu 275%, saltando de R$ 0,80 para R$ 3,00.
Mais de 275% de alta na gestão PSDB
Neste período de dez anos, o maior dos aumentos proporcionais aconteceu durante a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) no Governo do Estado, mas não na atual. Quando assumiu o Executivo em 2000, após a morte de Mario Covas, Alckmin tentou a reeleição em 2002, com sucesso, e manteve a tarifa em R$ 1,60 até o ano seguinte, quando reajustou as passagens em 18,75% ou R$ 0,30 a mais por viagem.
Nos últimos 17 anos, desde 1995, quando Covas assumiu o Governo, a tarifa do Metrô cresceu 275%, saltando de R$ 0,80 para os atuais R$ 3. “O pouco que o Metrô aumentou sua estrutura e linhas nos últimos 20 anos ainda não é o prometido e o esperado. A expansão ainda está atrasada e houve apenas reformas”, disse o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino Prazeres Junior.
Inflação foi maior que reajuste, diz Estado
Questionada sobre o aumento de 87,5% na tarifa na última década, a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos informou que o aumento das passagens acontece anualmente, e leva em consideração o equilíbrio econômico-financeiro das empresas.
Segundo a Pasta, paralelo ao reajuste tarifário é necessário calcular a inflação do mesmo período, entre julho de 2001 e janeiro de 2012, em que o IPCA teve índice de 97,87%, portanto, segundo o Estado, maior do que o aumento da tarifa.
“O primeiro equívoco é considerar de 2002 até 2012, uma década, quando na verdade a tarifa foi reajustada em julho de 2001 e não em 2002. O cálculo correto deve abranger o período de julho de 2001 até janeiro de 2012. Dentro desses 11 anos está correto afirmar que o reajuste foi de 87,5%”, reconheceu o Estado, em nota, que diz ainda que, por conta da ampla utilização do Bilhete Único, em 2006, os usuários passaram a utilizar a tarifa integrada, o que apontaria, segundo a Pasta, a queda de 8,8% da tarifa média.
Em relação aos subsídios, citados pelo presidente do Sindicato dos Metroviários, o Estado disse que, no caso da CPTM, ele existe e possibilita que a população de renda mais baixa e moradora de áreas mais distantes do Centro não seja penalizada com um custo maior dos deslocamentos. “A denominada ‘tarifa social’ permite a realização de viagens de longa distância, como entre os municípios de Jundiaí e Mogi da Cruzes, por exemplo, pagando só o valor básico”, informou, em nota.
Aprovação do Metrô cai, revela ANTP
No fim do último mês, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) revelou uma pesquisa que aponta que o Metrô teve sua pior avaliação entre os usuários dos últimos 12 anos.
O modal que ocupava o primeiro lugar na preferência dos passageiros neste período, agora perde para o Expresso Tiradentes da Prefeitura, com 81% de aprovação, e o Corredor Metropolitano São Mateus-Jabaquara, gerido pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) com 79%, junto do próprio Metrô.
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