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sábado, 18 de dezembro de 2010

Documentos de Wikileaks revelam palavras de diplomata dos EUA sobre Itamaraty


Diplomata dos EUA diz que Itamaraty esteve ‘perdido’ após golpe de Estado em Honduras

17/12/2010 12:00,  Por Redação - do Rio de Janeiro
Manuel Zelaya
Manuel Zelaya foi deposto em Honduras
A diplomacia norte-americana avaliou que o Brasil esteve “perdido” durante a crise política pós-golpe de Estado em Honduras, em 2009, após receber o presidente deposto Manuel Zelaya na sua representação no país, segundo documentos vazados pelo WikiLeaks. Após o abrigo a Zelaya, que havia retornado clandestinamente a Honduras no fim de setembro, o Brasil chegou a prever que a embaixada em Tegucigalpa seria invadida pelas forças do governo golpista. Os despachos integram parte de lote de documentos obtidos pelo WikiLeaks aos quais o Correio do Brasil teve acesso.
“Tendo sido decidido no apoio ao retorno de Zelaya e tragado – quase certamente sem aviso prévio – a posição central na crise, ao que não está acostumado, o Brasil parece estar perdido quanto ao que fazer agora. É notável que o governo brasileiro não tenha assumido papel mais assertivo em busca de uma solução. Em vez disso, sentado no banco de trás, parece estar esperando que os EUA, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a ONU resguardem seus interesses”, diz a ministra conselheira da Embaixada dos EUA, Lisa Kubiske.
O telegrama foi expedido em 1º de outubro do ano passado, poucos dias depois do retorno clandestino de Zelaya ao seu país. Em dois relatos, um deles atribuído ao chanceler Celso Amorim, o Brasil expressa a impressão de que a Embaixada seria invadida e comunica o fato aos EUA. Zelaya foi deposto e expulso do país no final de junho do ano passado pelas forças da direita que não aceitaram a promoção de um plebiscito que abriria a possibilidade de reeleição do presidente, o que a Constituição daquele país proíbe. O poder foi usurpado por um presidente de facto, que promoveu eleições em novembro do ano passado, vencidas por Porfírio Lobo. O Brasil, até agora, não reconheceu a legitimidade, mas os EUA, que foram coniventes com a escolha.
Um outro documento, também vazado pelo WikiLeaks, revela que o embaixador norte-americano em Tegucigalpa, Hugo Llorens, reconhecia a existência de um golpe de Estado no país.
Crítica velada
Kubiske, em outro telegrama, disse que era “definitivamente” um avanço a troca do “antiamericano e obstrucionista” Samuel Pinheiro Guimarães por Antonio Patriota na Secretaria-Geral do Itamaraty. A menção pouco elogiosa a Guimarães já havia sido feita pelo ex-embaixador norte-americano Clifford Sobel, que atribuiu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, a frase de que o diplomata “odeia os EUA”, o que o ministro negou. Patriota, ex-embaixador nos EUA, já foi confirmado pela presidente eleita, Dilma Rousseff, como chanceler no próximo governo.

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