Estagnado nas pesquisas, Serra foge de Dilma em debate da Record
Há meses sem avanços significativos nas pesquisas de intenções de voto, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, evitou embate direto com a adversária, Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, em debate da TV Record, neste domingo (26). Quando teve a possibilidade de perguntar diretamente a Dilma, Serra escolheu Marina Silva, candidata do PV, e Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL.
Os dois candidatos se enfrentaram apenas uma vez, no primeiro bloco do debate. Serra questionou Dilma sobre o loteamento de cargos nas agências reguladoras, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a ANS (Agência Nacional de Saúde). Ela negou a afirmação e disse ser a favor da meritocracia.Na resposta, a petista alfinetou o PSDB, partido que antecedeu o PT na Presidência, e criticou a gestão tucana quando assumiu o Ministério das Minas e Energia no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Cheguei ao [Ministério de] Minas e Energia e tinha um engenheiro e 24 motoristas. As agências tinham um papel complicado. A área de energia estava muito precária. Não tinha plano de carreira nas agências. Quem criou a estrutura de cargos e salários fomos nós.”
Dilma criticou a gestão de Serra no governo de São Paulo ao dizer que 40% dos professores do estado mais rico do país tinham vínculos precários. Segundo ela, quando houve concurso, a reprovação foi alta e, para preencher as vagas, foi preciso chamar os reprovados. Serra rebateu a petista, disse que ela está desinformada.
Mas, na tréplica, Dilma disse que as informações são públicas e se disse surpresa que um estado que tem as três melhores universidades do país não tenha como substituir seus professores. A petista também voltou a defender as agências reguladoras e disse ainda que o país passou por um racionamento de oito meses por falta de planejamento e aproveitou para cutucar Serra: “O Ministério do Planejamento não fez planejamento adequado, e o senhor era ministro”.
Evitando o confronto
Líder nas pesquisas, Dilma também evitou confronto direto com Serra. Ela questionou Marina sobre qual seria sua política para a área do emprego. A candidata do PT citou números do governo Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que mais de 60 milhões de brasileiros saíram da pobreza.
Ao responder, Marina disse que reconhece os avanços econômicos do atual governo, mas que é preciso investir mais. “O bom é quando se trabalha para ter o que eu chamo de inclusão produtiva. Ainda temos cerca de 30 milhões vivendo em condições de pobreza. O desafio da empregabilidade continua muito grande. Eu quero investir em educação profissionalizante”.
Na sua vez, o tucano questionou Plínio sobre a política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao falar sobre a relação do Brasil com países como Irã e Haiti, o candidato do PSOL disse que é preciso que o governo brasileiro tenha “noção do nosso lugar”. Mas se dissociou claramente de Serra: “Temos relações com os EUA. Quer país para criar mais problema com os direitos humanos do que com os EUA? Ninguém pode ter bomba atômica. Os EUA é um país ditatorial, e nós temos parceria com eles. Por que não com o Irã?
Marina e Plínio contra Dilma
Plínio e Marina questionaram Dilma sobre os escândalos que envolveram a Casa Civil. Ao candidato do PSOL, a petista disse que vai “investigar até o fim” as acusações contra funcionários. “Eu queria assegurar, sem sombra de dúvida, que, se eu assumir, se o [atual] governo não concluir as investigações, eu vou investigar até o fim. Acusações e denúncias devem ser apuradas. Ninguém está acima de qualquer suspeita. O importante é que não se deixe nada sem apurar.”
Ao responder a Marina, a petista disse que as duas participaram do mesmo governo e implantaram mudanças para garantir profissionalismo e recompor a máquina pública. A candidata verde rebateu dizendo que o que foi feito não deu resultado. Dilma, na tréplica, atacou Marina.
“Marina, a mesma coisa foi feita por você. O seu ministério teve problemas, pessoas em cargos de chefia envolvidas em compra de madeira de desmatamento. E isso foi objeto de investigação da PF. As mesmas providências que você tomou, eu tomei”, disparou Dilma “Mas isso não impede que esses casos se repitam. Precisamos que a instituição melhore, fiscalize e puna, acabando com a impunidade.
Da Redação, com informações do R7
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