Xeque - Marcelo Bancalero
Como já publicamos aqui certa vez... ( http://goo.gl/7CZI9v )
Pizzolato responde ao repórter que pergunta por que ele fugiu;
"Eu não fugi, salvei muinha vida! Vale à pena salvar a vida?"
Pizzolato fez também sua defesa, e citou Banco do Brasil, onde deu 30 anos de sua vida em trabalhos reconhecidos.
O Banco, não se pronuncia, diz apenas que as auditorias foram entregues ao STF... Este por sua vez, sob comando de Joaquim Barbosa, as escondeu!
Mas aqui no blog você pode ver todos os documentos...
Ao deixar a prisão, Pizzolato diz que fugiu do Brasil para salvar sua vida
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O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, afirmou nesta terça-feira (28) que fugiu do Brasil para salvar sua vida e que não sabia que a presidente Dilma Rousseff, sua companheira de partido, havia sido reeleita.Ele deu entrevista de dez minutos a jornalistas brasileiros e italianos em Modena, em torno das 20h30 do horário local, logo depois de ser solto pela Justiça italiana, quenegou o pedido de extradição do petista que havia sido encaminhado pelo Estado brasileiro.
Questionado sobre o resultado da fuga e se havia valido a pena deixar o Brasil, disse: "Eu não fugi, eu salvei minha vida. Você acha que salvar a vida não vale a pena?"
Pizzolato não disse claramente se sentia ameaçado no Brasil, apenas respondeu aos jornalistas com uma pergunta. "O que você acha?", disse. "Ninguém me ameaçou. Eu não preciso de ameaça. Eu sei ler as coisas", afirmou.
il Resto del Carlino | ||
O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no caso mensalão, é solto na Itália |
Ao falar sobre o seu envolvimento no caso do mensalão e condenação pelo STF, disse não sentir rancor, apenas "pena e indiferença".
"Eu tenho é pena das pessoas que fizeram isso. Das pessoas que agem com prepotência. Que tem soberba."
Quando os jornalistas pediram que citasse alguém que agiu com soberba, afirmou: "Se você adivinhar um, ganha um fusca".
Questionado sobre o que faria primeiro após se solto, disse que esperaria sua mulher, para abracá-la, e que queria "apenas dormir".
O petista deixou a prisão com a mulher e não revelou o destino, apenas afirmou que não iria para longe.
Alternando suas respostas entre o português e o italiano, o ex-diretor do BB também disse estar com a consciência "limpíssima" e que não perdeu "uma noite de sono".
Afirmou ainda que considera a Justiça italiana muito melhor do que a brasileira, porque no país europeu "os juízes não se deixam conduzir pela imprensa e pela TV".
"Aqui os juízes seguem as leis, seguem as provas. Não fazem como no Brasil, que escondem os documentos para condenar os inocentes", afirmou.
Leia a entrevista, conduzida por jornalistas brasileiros e italianos:
Jornalistas (em italiano) - Fala italiano? O que o sr. acha da Justiça italiana?
Henrique Pizzolato - Muito melhor que a brasileira.
Por quê?
Por quê aqui [na Itália] os juízes não se deixam conduzir pela imprensa, não se deixam conduzir e pela TV. Aqui os juízes seguem as leis, seguem as provas. Não fazem como no Brasil, que escondem os documentos para condenar os inocentes.
Agora aonde vai?
Agora espero a minha mulher. Vou para os braços da minha mulher.
Jornalistas (em português) - Por que o senhor acha que aconteceu isso com o sr, se o senhor disse que se sente injustiçado?
Não faço ideia, pergunte a Deus.
O sr. se sente abandonado por alguém? Seu sogro acusou a presidente Dilma de não ter feito nada para lhe ajudar. O que o senhor tem a dizer?
Nada. O meu sogro fala por ele, é maior de idade.
O sr. recebeu apoio do PT?
Eu não pedi apoio ao PT
O sr. ficou feliz com a reeleição da presidente Dilma?
Eu nem sabia.
Foi a eleição mais apertada da história.
Bom saber. Obrigado pela novidade
Valeu a pena fugir?
Eu não fugi, eu salvei minha vida. Você acha que salvar a vida não vale a pena?
O sr. estava sendo ameaçado?
O que você acha?
O senhor estava sendo ameaçado de morte então?
Não sei, pergunte aos brasileiros, o que eles fizeram.
A quem o senhor recomenda que a gente pergunte isso?
Aos 210 milhões de brasileiros
Quem que ameaçou o senhor?
Ninguém me ameaçou. Eu não preciso de ameaça. Eu sei ler as coisas.
O senhor tem rancor de alguém?
Não. Por que eu deveria ter rancor? Eu tenho é indiferença. O rancor não leva nada a ninguém. Rancor para que? para ficar doente, para eu ficar mal? Eu tenho é pena das pessoas que fizeram isso. Das pessoas que agem com prepotência. que tem soberba. Quanto a essas pessoas, eu tenho pena e sou indiferente.
Quem agiu com soberba?
Se você adivinhar um, ganha um fusca.
Quanto ao Marcos Valério. o senhor acha também que ele foi injustiçado?
Não sei, eu não sou advogado dele, eu não respondo por ele, nada. Eu fiz meu trabalho no banco [do Brasil] e o banco não encontrou nenhum erro no meu trabalho. O banco sempre disse que não sumiu um centavo. Não é um banco pequeno, e o maior banco da América Latina. É um banco que tem nove sistema de controle. Na minha diretoria, tinha complyance, tinha uma diretoria de controle, tinha auditoria interna, auditoria externa, tinha conselho fiscal, tinha conselho de administração, tinha comissão de valores mobiliários, tinha tribunal de contas da união, tinha assembleia de acionistas, e como o banco tem ações em Nova York, tinha que prestar contas inclusive ao sistema americano. Ninguém encontrou um centavo que tivesse desviado em dez anos. o que que vocês acham?
O que o senhor pretende fazer a partir de agora?
Agora, eu pretendo, dormir.
Jornalistas (em italiano) - Vai para Maranello?
Tem tantos lugares, a Itália é lindíssima. Se querem saber o que vou fazer, No próximo mês, se cumprirão 100 anos da morte do irmão do meu avô. Meu avô sempre quis voltar ao lugar onde sua família sofreu muito, no norte do Vêneto. Eu lhe prometi ir lá. Tenho três coisas a fazer: pagar o compromisso do meu avô; depois talvez andarei ao [santuário] de padre Pio [na cidade italiana de San Giovanni Rotondo, no sul da Itália], porque Deus me deu uma sorte muito grande: uma mulher que é eu não sei é um anjo ou uma santa, que me ajudou a vida inteira. Rezarei um pouco por toda essa gente que acha que pode resolver as coisas com raiva, injustiça
Sua consciência está limpa?
Sim, limpíssima, não perdi uma noite de sono pela minha consciência.
E o passaporte no nome do seu irmão?
Não sei, isso não compete a mim, pergunta às autoridade,
O sr. acha que valeu a pena ter vindo pra cá, por que alguns já estão saindo da prisão?
Não sei, cada um toma a decisão conforme a sua cabeça. Eu agradeço a Deus por estar sempre comigo, por ter me dado a luz, a paz, sou feliz.
Como foram esses meses na prisão?
Eu não estava na prisão.
O que acha que é então o Carcere Santana?
Melhor que estar no Brasil por oito anos sem poder sair de casa, ser agredido na rua.
Melhor a cadeia aqui em Modena?
Muito melhor a cadeia aqui em Modena. Aqui não tem o problema de alguém agredido por que saiu uma notícia no jornal, por que uma TV contou uma mentira. Isso não se faz com as pessoas. As pessoas que têm a mídia nas mãos devem saber que podem um dia viver uma situação assim, de fazer uma pessoa prisioneira na sua casa. Eu estive oito anos sem poder sair da minha casa [no Brasil], não podia tomas o elevador, por que as vezes um vizinho não me olhava no olho, ou porque tantas vezes saia para fazer comprar e podia ser agredido por uma coisa que não sabia
O senhor ainda acha que o seu processo foi um processo político?
Foi um processo injusto. Um processo mentiroso, injusto. Esconderam as provas. E é lamentável que isso aconteça em pleno século 20. A Polícia Federal e o Instituto Nacional de Criminialística disse muito claro que eu não tinha nada a ver com a aquilo. Preferiram outras opções.
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