Menino…
Você talvez não tenha idéia do que fez hoje, mas fez. Talvez sua carreira termine aqui, agora, sem que nunca mais você volte a aparecer sequer na tv. Talvez volte a um time pequeno, talvez o Corinthians perca semana que vem e ninguém nunca mais vai lembrar do seu gol.
Talvez.
Mas talvez não. É possível, bem possível, que seu gol seja apenas o terceiro passo de uma carreira que se não for fantástica já tera sido ao menos relevante.
História pra contar você tem, garoto. Pra 3 gerações, no mínimo.
Deve ter ouvido de nós, jornalistas caga-regra, que não era justo “jogar você pros leões aos 36 do segundo tempo”. Que não era momento de “endeusar um garoto por 2 gols num clássico”, e  de fato não é.
Te jogaram pros leões, e você os matou.
Leões que não são tão fortes quanto pensamos ser. Mas que para valorizar o nosso e ter o que falar, aumentamos. Você, por marra, talento, natureza ou estrela, os ignorou.
Não foi um gol. Foi um toque na bola que muito veterano não daria. Foi uma postura e um semblante ao entrar em campo que a maioria não teria.
Seu nome sugere, você confirma. Marra, personalidade, talento.
“Mas é só um garoto, calma aí!”
Sim, é isso. Pode não ser nada, não se tornar ninguém.  Sua carreira é vazia ainda, sua história mal começou.
Não faço idéia se estou me referindo a um craque ou a um sortudo qualquer que nunca mais acertará mais nada na carreira.
Mas hoje, garoto. Só hoje, você é o cara mais importante do mundo.
Pra quem torceu, pra quem secou.
Romário Ricardo da Silva.  Brasileiro, 21 anos.
O maior jogador do mundo.
Não? Então tente dizer isso a um corintiano nesta noite de quarta-feira.
Ele te explicará com os olhos que não existe discussão.
Ele é. Será por uma semana. Ou, quem sabe… pra sempre.
abs,
RicaPerrone