Xeque - Marcelo Bancalero
Em minha vida posso lembrar de vários momentos que me trouxeram grandes emoções.
Cada um com a sua particularidade.
A emoção de ser pai, de me formar no ensino Médio depois de ter voltado aos estudos com 30 anos, de me formar numa escola técnica logo em seguida, de receber prêmios de literatura, emoção de conseguir minha faculdade, de ser consagrado a Diácono na Igreja.
Entre tantas outras que nestes 42 anos de história que eu pude viver.
Mas posso dizer que a emoção deste dia foi imensurável.
Por trazer a realização de um sonho que a cidade de Votorantim, me permite neste dia.
Fica aqui meus agradecimentos a esta magnífica cidade que me acolheu.
Às palavras do presidente AVLAH, Antonio Carlos Marques Ferreira que me comoveram ao final de meu discurso. Aos confrades e confreiras e todos os amigos presentes que me receberam como membro da academia. Por todas as palavras que recebi destes nesta inesquecível noite.
Agradeço aos novos amigos que fiz.
Aos amigos de sempre, entre estes o companheiro Pedro Kriguer e sua esposa Thaís Amaral que me acompanharam neste momento tão importante.
As palavras de incentivo de nosso prefeito Carlos Augusto Pivetta e a primeira dama Suzana Pivetta e do vice Marcos Mancio entre outros.
Sem mais o que dizer deixo aqui as fotos e o vídeo como lembranças que nunca deixaram minha alma.
Discurso de Marcelo Bancalero na AVLAH - Academia Votorantinense de Letras, Artes e História
Discurso de posse de Marcelo Bancalero na AVLAH
Apresentação
Peço licença aos membros desta academia para antes de meu discurso lembrar que no dia de hoje como uma destas grandes coinscidências do destino, coube ao Criador, neste dia em que 6 novos imortais adentram à nossa academia, levar para eternidade um dos maiores artistas do nosso Brasil.
Chico Anysio continuará sempre vivo em, tantos Chicos espalhados em nosso país e no mundo, em tantos outros Chicos em nosso aqui mesmo em nosso meio na cidade de Votorantim que alimetaram sonhos com as obras deste grande artista.
Boa noite Excelentíssimo Senhor Presidente da Academia Votorantinense de Letras, Artes e História , Dignos Membros da Diretoria, caros confrades, confreiras e amigos da AVLAH
A Academia Votorantinense de Letras, Artes e História já nasceu grandiosa pela qualidade indiscutível de seus idealizadores, confrades e confreiras. E por dar abertura a outras esferas da cultura em nossa sociedade se enquadra à realidade contemporânea da nossa cultura.
Assim, e com um misto de alegria e emoção, que me encontro neste momento nesta tribuna para fazer meu discurso de posse.
Esse Votorantinense por adoção e de coração chegou aqui nesta cidade há 16 anos, data em que muito do que vive hoje eram apenas coisas que habitavam em seus sonhos.
Essa cidade me acolheu e ajudou-me a tornar estes sonhos em realidade. E agora me fornece a oportunidade através da AVLAH de devolver à população um pouco do que recebi.
SIC TRANSIT GLORIA MUNDI.
Dessa maneira, São Paulo define a condição humana em uma de suas epístolas:
" a glória do mundo é transitória".
Assim, quando penso na honra e no status que me confere o ser membro desta Academia, penso logo no que posso fazer para que este status possa ser usado não como promoção pessoal, porém mais que isso, como promover algo ao social.
Sei que nesta cidade existem muitas outras pessoas àptas a ocupar uma destas cadeiras. E se como membro desta academia tiver a oportunidade de ajudar meus confrades e confreiras a garimpar neste solo fértil novos talentos, isso já me será o suficiente para sentir-me cumpridor de meu papel por aqui.
Agradecimentos
Agradeço a Deus em primeiro momento que me sustentou até aqui, realizando no tempo certo cada sonho que tive. Continuo meus agradecimentos extendedo-os à minha família, amigos e irmãos da Comunidade Evangélica de Votorantim da qual faço parte como diácono, estes que sempre me deram apoio à carreira literária me incentivando a continuar sempre.
Aos tantos leitores nos "blogs da vida" e páginas na internet que permitem hoje que novos talentos sejam descobertos, e que ao lerem meus textos e compartilharem na internet, acabaram fazendo-me ser reconhecido como escritor.
Quero fazer um agradecimento especial a meus professores desde minha infância, e depois no meu retorno a escola já com 30 anos. E o farei na pessoa da minha amiga e professora de Português Ivânia do CEEJA (Antigo CEESVO), de Votorantim que acreditou no meu trabalho e fez-me também acreditar, lançando-me na carreira literária ajudando-me a participar das primeiras antologias e representar Votorantim na Bienal Internacional do Livro, e em Itapetininga, agradeço a prefeitura Municipal de Votorantim pelas oportunidades de mostrar meu trabalho em oficinas.
E finalizo agradecendo à AVLAH pela oportunidade que me foi dada na pessoa de seu predidente Antonio Carlos, de me candidatar a esta cadeira de número 32 que hoje assumo na condição de membro desta magnífica Academia. E Assumo aqui diante de meus pares, o compromisso de ajudar a AVLAH a construir sua história levando cultura à população de Votorantim.
Patrono
Ao escolher o patrono desta cadeira fiz algumas considerações antes de escolher o nome daquele que seguiria comigo e depois com os próximos a ocupar a mesma.
Além de ser alguém com quem me identifico muito por ter trilhado alguns caminhos de certa forma parecidos com os meus. Escolhi alguém que me trás lembranças de meu pai André Bancalero Gomez, que era seu contemporâneo, e que partiu antes mesmo deste poeta desabrochar quando ainda tinha 14 anos, a quem faço assim, uma homenagem com a escolha.
Entre outras coisas esta personalidade escolhida, faz jus a esta academia pois como ela que abrange a outras áreas além das letras este brasileiro caminhou pelas letras , artes e história do Brasil na sua passagem entre nós.
O patrono da cadeira de nº32 que escolhi é Mario Lago.
Seu filho Mario Lago Jr. ao qual notifiquei sobre a escolha alegrou-se pela homenagem a seu pai e manda um abraço aos membros e amigos da AVLAH dizendo que logo colocará a notificação no site de seu pai.
Mário Lago
Compositor carioca, letrista, ator, poeta, radialista e advogado. Nascido no Rio de Janeiro em 26 de novembro de 1911, e nos deixou em 2002. Aos 15 anos já publicava o primeiro poema na imprensa carioca.
Foi um artista consagrado e reconhecido e conquistou um lugar no coração dos brasileiros como compositor, ator de filmes e novelas
Como compositor, são dele sucessos que se tornaram obrigatórios em qualquer antologia de MPB que se organize. Ai Que Saudade da Amélia e Atire a Primeira Pedra, ambos em parceria com Ataulfo Alves, são bons exemplos. No carnaval marcou presença com Aurora, feita com Roberto Roberti, e suas românticas composições, assinadas com Custódio Mesquita e Sadi Cabral, ganharam o país principalmente na voz de Orlando Silva.
Foi autor de mais de 200 canções,
Militante político do antigo Partido Comunista Brasileiro
Mário era destacado ativista político de esquerda.
Questões ideológicas sempre despertaram o interesse e o ímpeto do compositor, que conhecia os caminhos da clandestinidade tanto quanto os da coxia. Sofreu muitas prisões e perseguições do Estado Novo e, em 1964, foi preso pela ditadura militar
No seu primeiro livro editado em 1948 escreveu;
“Muitos dirão que estas poesias falam em tom de comício...
Concordo!
Muitos dirão que estas poesias foram feitas com sabor de manifesto...
Concordo!
Concordo porque elas são comício e manifesto.
São umas das mil formas de se chegar ao povo quando negam ao povo a praça pública.
Mas se muitos disserem que elas não têm beleza poética, discordo.
Elas foram escritas na linguagem do povo. Inspiradas e ditadas pelo povo.”
Mário Lago
E quero terminar meu discurso com mais algumas palavras do patrono que escolhi, declamando um de seus poemas
EU QUERO DUAS RIMAS
Eu quero duas rimas para liberdade.
Nem cidade nem saudade,
nem faculdade nem eternidade.
Eu quero duas rimas para liberdade
para escrever um poema
que fale da fome de um operário,
que fale da angústia de um camponês.
Achei as duas rimas para liberdade!
Luta e União.
Amigos!
Sejamos todos poetas!
Utilizemos as rimas!
E escrevamos todos juntos.
de uma vez,
o poema da liberdade
que acabe com a fome de um operário,
que acabe com a angústia de um camponês.
Mario Lago
Muito Obrigado!
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