Rebeldes líbios, com apoio da coalizão, avançam sobre tropas de Gaddafi
21/3/2011 12:56, Por Redação, com agências internacionais - de Trípolie e Benghazi, Líbia
Os recentes ataques da coalizão internacional fortaleceram os rebeldes líbios, que avançaram nesta segunda-feira contra posições tomadas pelas tropas fiéis ao ditador Muammar Gaddafi. Eles lançaram uma ofensiva para ocupar a cidade estratégica de Ajdabiya, no leste do país. Os rebeldes, no entanto, foram rechaçados pelos tanques do exército líbio, mas seguem nos arredores da cidade. Aeronaves dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Bélgica, Espanha e Qatar, por sua vez, voltaram a bombardear as forças de Gaddafi nos arredores de Benghazi e destruíram parte do sistema líbio de defesa antiaérea no oeste do país.
A mudança no equilíbrio de forças levou os rebeldes a recusar novamente qualquer diálogo com o regime líbio para encerrar pacificamente os confrontos. O vice-presidente e porta-voz do opositor Conselho Nacional Transitório (CNT) líbio, Abdelhafid Ghoga, recusou ainda a convocação de uma “marcha verde” por Gaddafi, no que o ditador vislumbra como um movimento nacional do povo líbio contra a intervenção militar. Os rebeldes reconquistaram nesta segunda-feira o controle sobre Zuwaytinah, um terminal petrolífero a cerca de 30 km de Ajdabiya e que havia sido recuperada pelas tropas de Gaddafi na semana passada, segundo o diário norte-americano de centro-direita Washington Post.
Novos confrontos foram registrados também, afirma o jornal, em Misrata, o reduto rebelde mais ao oeste do país. Os rebeldes denunciaram nesta segunda-feira que as forças leais a Gaddafi trazem civis de cidades vizinhas para usá-los como escudos humanos na ofensiva. A informação não podia ser confirmada de forma independente e não houve comentário imediato de autoridades líbias. Um morador de Misrata disse à agência inglesa de notícias Reuters que as forças de Gaddafi também usavam roupas civis no centro da cidade, uma possível estratégia para escapar dos ataques ocidentais.
Ele disse que ainda que Misrata, localizada a 200 quilômetros a leste de Trípoli, já estava cercada por tropas pró-Gaddafi e que o abastecimento de água foi interrompido. Em Benghazi, a segunda maior cidade líbia, um porta-voz da oposição disse que os rebeldes ainda planejam marchar para Trípoli, estratégia que havia sido evitada pela ofensiva de Gaddafi.
Em apoio ao avanço das tropas rebeldes, que tentam reconquistar as principais cidades do país, os aviões da coalizão internacional voltaram a bombardear Trípoli nesta manhã. O céu da capital foi tomado por aviões inimigos do regime líbio, procedentes de bases na Itália, e pelos disparos da defesas antiaérea líbia durante toda a madrugada.
Há três dias, a Líbia é alvo da operação Aurora do Amanhecer, uma ampla ofensiva militar das forças ocidentais contra as forças de Gaddafi. A operação visa a impedir os ataques do ditador aos civis e rebeldes líbios, que pedem sua renúncia, e impor a zona de restrição aérea – medidas aprovadas na quinta-feira pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Cuba condena ataques à Líbia por violação do direito internacional
21/3/2011 12:27, Por Redação, com Opera Mundi - de Havana
O governo cubano condenou os ataques contra a Líbia por considerá-lo uma “violação do direito internacional”, já que eles não estão autorizados pela resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Na leitura de um comunicado na TV estatal, a chancelaria em Havana expressou sua “mais enérgica condenação à intervenção militar estrangeira no conflito interno que atinge a Líbia”. A resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU “de nenhuma maneira autoriza esses ataques contra o território líbio, o que constitui uma violação de direito internacional”.
De acordo com o texto, o CS “cedeu à pressão de algumas potências ocidentais para criar as condições necessárias para esta agressão militar, o que constitui uma grosseira manipulação da carta das Nações Unidas às responsabilidades do conselho e é outro exemplo do trato desigual que caracteriza sua conduta”. O governo cubano defende “o direito alienável do povo líbio de exercer sua autodeterminação sem nenhuma interferência estrangeira” e apoia “a integridade territorial e a soberania sobre os recursos dessa nação”.
De acordo com a chancelaria cubana, algumas das potências ocidentais que participam da ofensiva militar são “as responsáveis pela morte de mais de um milhão de civis do Iraque e de mais de 70 mil no Afeganistão, o que classificam como efeitos colaterais”. No final de fevereiro, o ex-presidente de Cuba Fidel Castro antecipou a possibilidade dos Estados Unidos invadirem a Líbia. “O governo norte-americano não se preocupa, em absoluto, com a paz na Líbia e não irá vacilar em dar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a ordem de invadir este rico país, talvez em questão de horas ou em poucos dias”, escreveu em um artigo publicado pela imprensa local.
Fidel ainda chegou a apoiar, dias depois, a solução apresentada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, para quem uma comissão integrada por líderes de diversos países deveria ser enviada à nação africana, a fim de buscar uma saída pacífica para os conflitos. Segundo o cubano, foi uma “valente posição” assumida por Chávez. No comunicado divulgado em 10 de março, o ex-mandatário cubano afirmou que os Estados Unidos e seus aliados “nunca se interessaram pelos Direitos Humanos” e que as reuniões do Conselho de Direitos Humanos e a Assembleia Geral da ONU são “puro teatro”.
China eleva o tom contra os ataques da coalizão à Líbia
21/3/2011 12:08, Por Redação, com agências internacionais - de Pequim
O principal jornal da China intensificou, nesta segunda-feira, a oposição de Pequim aos ataques aéreos ocidentais na Líbia, acusando os países que apoiam os ataques de violar regras internacionais e arriscar novos tumultos no Oriente Médio. A mais forte condenação chinesa das manobras do Ocidente contra as forças do líder líbio Muammar Gaddafi apareceu no Diário do Povo, órgão do Partido Comunista, e mostrou como o conflito militar pode se tornar uma nova frente de atrito entre Pequim e Washington.
O jornal usou palavras pouco veladas para acusar os Estados Unidos e seus aliados de violar regras internacionais, embora a China não tenha chegado a vetar a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que efetivamente autorizou os ataques aéreos. O diário apontou semelhanças entre a iniciativa na Líbia à invasão norte-americana do Iraque em 2003, e deu a entender que segue um padrão de interferência do Ocidente nos assuntos de outras nações.
“As tempestades ensanguentadas que o Iraque sofre há oito anos e o sofrimento indizível de seu povo são um reflexo e um alerta”, disse o comentário do Diário do Povo.
“Os ataques militares à Líbia são, após as guerras no Afeganistão e no Iraque, a terceira vez que alguns países lançaram ações armadas contra países soberanos”, disse em referência aos EUA e seus aliados.
“Deveria ser notado que toda vez que meios militares são usados para lidar com crises, é um golpe na Carta das Nações Unidas e nas regras das relações internacionais.”
O comentário apareceu sob o nome de Zhong Sheng, pseudônimo que em chinês se parece a “Voz do Centro,” dando a entender que verbaliza a opinião do alto escalão do governo.
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