O homem-bomba de Serra
A candidata Dilma Roussef (PT) trouxe para o debate público, no debate da Band, um tema incômodo para a campanha de José Serra (PSDB): o caso do ex-integrante do governo tucano em São Paulo, Paulo Vieira de Souza, acusado por lideranças do próprio PSDB de ter fugido com R$ 4 milhões que seriam resultado de doações de empresários para a campanha de Serra. Quando Dilma mencionou o caso, “integrantes do PSDB, preocupados com o cerco da imprensa a partir daquele instante, prepararam uma saída à francesa do senador eleito Aloysio Nunes, que mantinha relações estreitas com Vieira de Souza. Minutos depois, o senador eleito deixou o estúdio e não retornou”, relataram os jornalistas Cláudio Leal e Marcela Rocha, em matéria publicada no portal Terra.
Paulo Vieira de Souza, que também é conhecido como Paulo Preto, foi diretor de engenharia da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), sendo responsável por uma grande parte das obras viárias do governo do Estado de São Paulo. Em agosto deste ano, a revista Isto É publicou uma matéria de capa, onde lideranças do PSDB acusaram abertamente o ex-assessor de “ter arrecadado dinheiro de empresários em nome do partido e não entregá-lo para o caixa da campanha”. A matéria da Isto É traz ainda uma declaração de um diretor de uma das empreiteiras responsáveis por obras de remoção de terras no eixo sul do Rodoanel: “não fizemos nenhuma doação irregular, mas o engenheiro Paulo foi apresentado como o interlocutor de Aloysio junto aos empresários”.
Em 2009, Paulo Preto foi eleito Eminente Engenheiro do Ano pelo Instituto de Engenharia de São Paulo. O prêmio foi concedido “por sua excelente gestão dos aspectos institucionais, jurídicos e técnicos na condução de grandes obras governamentais, com brilhantes resultados para a sociedade, administração pública e contratantes.” O engenheiro ingressou com uma ação penal (por calúnia e injúria) contra os dirigentes tucanos Eduardo Jorge Caldas e Evandro Losacco, além dos jornalistas da revista Isto É, Sérgio Pardellas e Claudio Dantas. A reportagem baseou-se no depoimento de oito dos principais líderes e parlamentares do PSDB. Segundo eles, o engenheiro teria arrecadado pelo menos R$ 4 milhões para a campanha eleitoral, mas os recursos não chegaram ao caixa do comitê de Serra.
Quadro: Declarações de líderes tucanos à revista Isto É.
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