Xeque - Marcelo Bancalero
Nestas minhas 45
primaveras de história, já vi algumas
vezes alguns personagens deste grande palco da vida, nadando contra corrente...
Quero dizer, seguindo contra a lógica de tudo. Não por motivos banais... Destes existem muitos. Mas
falo de pessoas, que contradizem o que seria óbvio, por motivos, vamos
dizer assim, bem mais nobres.
Cito por exemplo,
pessoas que apesar do terrorismo midiático,
preferem acreditar no Brasil, e não deixam de investir em seus negócios.
Falo de trabalhadores que ao invés de reclamar
da situação, no caso do desemprego que a
onda de más noticias gera, aprenderam a fazer aquela limonada com o limão que
sobrou. E acabaram por descobrir outros caminhos para fazê-los seguir adiante, e com isso, ajudar o
país a se movimentar.
Bom...
Deixe-me então contar
mais um caso destes brasileiros de um Brasil com (s) e não (z), que são exemplos a ser seguidos, e dignos de
nossos aplausos.
Ontem, por conta
de uma fatalidade, uma amiga sofreu uma
parada cardiorrespiratória, após um afogamento numa praia da Costa Verde no Rio
de Janeiro, onde estou passando uns dias com amigos. Após executarmos os
primeiros socorros, eu, seus familiares, e outros exemplos de seres humanos, cuja
ajuda foi imprescindível, ela foi levada pelo resgate a um hospital.
Até ai nada de muito estranho. Mas vamos lembrar que estamos
no Rio de Janeiro, cuja situação da saúde nos últimos tempos, vem sendo noticia
todos os dias, de forma negativa. Então,
se alarmar com a situação, embasados
nestes fatos não seria estranho.
Porém, mais uma vez, nos deparamos com pessoas que fazem a diferença... Do tipo
daquelas que iniciei este texto, que
nadam contra a maré.
Nossa amiga foi atendida pelo diretor do hospital, o Dr. Eli Alves Fonseca, do hospital de Mangaratiba – RJ.
Soubemos que ela
havia sido atendida por este médico, ao chegarmos ao local pra pedir
informações, que foram dadas pela atendente que disse que foi o diretor do
hospital que havia atendido ao caso, eque ele estava fazendo uma sutura num paciente e logo
nos atenderia.
Como assim?
Pensei comigo...
Um diretor fazendo suturas?
Pois é...
Mas não é só isso...
Se fosse, poderíamos até dizer que devido ao “caos” da saúde
no RJ, até diretores faziam suturas para ajudar nos atendimentos. O que já
seria louvável.
Mas este caso mostrou
mais...
O doutor que vou chamar aqui de Dr. Humanidade, enfim
terminou a sutura que fazia, e depois veio atender alguns pacientes na
recepção. Antes de falar com os familiares da minha amiga, para dar as
informações sobre o caso dela, se dirigiu a um casal que estava com um bebê, os
cumprimentou, e levou-os até a porta se despedindo. Brincou com outros
pacientes que aguardavam na recepção, sempre muito solicito. Depois convidou os
familiares de minha amiga para entrarem.
Quando saíram com as informações de nossa amiga, os familiares dela deram mais uma informação
deste Dr. Humanidade...
Disseram que pediram a ele para transferir a paciente para
um local mais próximo deles, pois ali,
em Mangaratiba, estavam muito longe.
E nosso Patch Adams versão brasileira
foi contra a lógica novamente...
O “natural” (
que não deveria ser natural),
seria ele permitir a transferência, para desafogar a demanda de seu hospital,
onde até ele, o diretor, estava cuidando de suturas.
Mas não...
Ele num gesto magnânimo,
disse que seria melhor a paciente ficar ali mesmo, pois estava tendo
todo amparo que precisava, e seria um risco transferi-la a outro local, com as
dificuldades que a saúde vem sofrendo no estado.
Nada mais a falar...
Por que o que mais a saúde no Brasil precisa é humanização. E esta é uma luta antiga que você pode encontrar vários estudos na internet sobre o tema. Mas a verdade é que o sistema só pode ser humanizado, quando contagiado pela humanização dos próprios atores que o representam.
E quando um médico mostra que isso é possível, mesmo em meio ao caos pelo qual passa a saúde no Rio de Janeiro
Nossa esperança se fortalece!
Fica aqui minha gratidão ao nobre doutor que salvou minha amiga,, e deu tal demonstração de humanidade no serviço da saúde .
Tenho entre tantos amigos alguns destes Doutores Humanidade...
Médicos e médicas que me orientaram nas redes sócias quando precisei de ajuda.
Como não conheço pessoalmente aquele honrado médico de Mangaratiba no Rio de Janeiro...
Em nome dos médicos que conheço aqui, que também são doutores humanidade...
Deixo a todos estes que são mais que médicos...
Os meus sinceros aplausos!
Marcelo Bancalero
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