Só duas razões explicam a campanha contra o financiamento da ampliação do porto de Mariel, em cuba, pelo BNDS: ignorância e má fé.
Os ignorantes nunca sabem nada. já vi um maluco aqui no Facebook reclamando que a rua onde ele mora está esburacada e o governo fica "dando dinheiro para cuba".
Os de má fé estão carecas de saber como são os contratos de financiamento de bancos internacionais de fomento.
a obra do porto de mariel custou cerca de US$ 900 milhões, dos quais 76% (US$ 682,15 milhões) foram financiados pelo governo brasileiro. os restantes 24% (US$ 217,85 milhões) foram aportados pelo governo de cuba.
como é praxe em operações internacionais dessa natureza, uma das cláusulas do contrato de crédito aberto pelo BNDS ao governo de cuba previa que 76% de todos os produtos e serviços consumidos pela obra financiada tinham que ser adquiridos de empresas brasileiras, salvo nos óbvios casos em que o bem ou serviço não fosse produzido no brasil. foi o que ocorreu, por exemplo, com os quatro guindastes gigantes, os chamados portainers, cada um com 75 metros de altura, instalados em Mariel. como o brasil não fabrica guindastes desse porte, eles foram importados da China.
eram brasileiras as primeiras escavadeiras a chegarem a mariel, no final de junho de 2010, assim como eram brasileiros dois terços de todos os equipamentos, máquinas, caminhões fora-de-estrada, geradores de energia, tubos metálicos para a cravação de pilotis sob a água, cabos elétricos, computadores e torres de iluminação, além de consultorias fornecidas por empresas de planejamento e engenharia.
os benefícios obtidos pelo brasil são indiscutíveis: entre 2010 e 2013, o país exportou para cuba cerca de US$ 250 milhões em bens e serviços produzidos por mais de quatrocentas empresas nacionais.
o resto é conversa de ano eleitoral.
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