Xeque - Marcelo Bancalero
Acontecimentos de ontem 25/05
Principal personagem a depor na sessão desta quinta-feira, 24, na CPI do Cachoeira, o araponga Idalberto Matias Araújo, o Dadá, foi orientado a repetir a estratégia usada na terça-feira, 22, pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, e ficar em silêncio diante de deputados e senadores. A sessão começou às 10h25. Participam da sessão também o ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez e o araponga Jairo Martins.
Abaixo, os principais momentos:
Há 20 anos, denúncia explosiva abria caminho para o impeachment de Fernando Collor
Estadão.com.br
No dia 24 de maio de 1992, Fernando Collor, primeiro presidente brasileiro eleito por voto direto após a ditadura militar, recebia um duro golpe que o levaria ao impeachment. Nessa data, o presidente foi acusado por seu irmão caçula, Pedro Collor, de ser sócio de Paulo César (PC) Farias em negócios ilícitos para levantar recursos que custeavam gastos pessoais e campanhas políticas.
Em entrevista à revista Veja, Pedro Collor afirmou que PC Farias era o “testa de ferro” do presidente e que os dois atuavam em “simbiose profunda”. Ele também disse que o presidente tinha um apartamento em Paris e sabia que PC Farias agia em seu nome para realizar tráfico de influência.
Pedro Collor vinha revelando uma série de denúncias contra PC Farias, mas até então tinha poupado o presidente. A briga entre os irmãos Collor remonta à disputa pelas empresas da família, das quais a mais simbólica era o jornal Gazeta de Alagoas. Sentindo que o presidente se movimentava para derrubá-lo do controle dessas empresas, Pedro Collor passou a recolher documentos da atuação criminosa de PC Farias, a quem chamou de “lepra ambulante”.
Em 25 de maio, no dia seguinte à publicação da entrevista, o assunto foi explorado no Jornal Nacional, da Rede Globo, com uma reportagem de mais de nove minutos, e ganhou a manchete do ‘Estado’, que repercutiu a decisão de Fernando Collor processar o irmão.
Nesta data, o ministro da Justiça, Célio Borja, pediu abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar as denúncias de Pedro Collor e de ação penal para responsabilizar o irmão do presidente por crime contra a honra. O procurador-geral da República, Aristides Junqueira, também pediu abertura de inquérito para apurar crimes contra a administração pública federal atribuídos a Fernando Collor, à ex-ministra Zélia Cardoso de Melo, a PC Farias e ao piloto de avião Jorge Bandeira de Melo, acusado de intermediar liberação de verbas do Ministério da Ação Social.
No dia seguinte, Pedro Collor afirmou ao ‘Estado’ que PC Farias havia lhe oferecido US$ 50 milhões para que desistisse das denúncias contra o presidente, mas ele não aceitou o dinheiro porque sua luta “não tinha preço”.
As acusações minaram a sustentação política de Fernando Collor e, em 27 de maio, por solicitação do PT, o Congresso Nacional instaurou uma CPI para investigar as denúncias. No ‘Estado’, Ulysses Guimarães se dispôs a ser o “bombeiro da crise” e Brizola, que se posicionava contra a CPI, disse que resistiria a qualquer ameaça às ordens democráticas – na época, algumas correntes políticas acreditavam que a comissão poderia desestabilizar a jovem democracia brasileira, o que se mostrou falso.
Um mês depois, em 28 de junho, a revista IstoÉ publicou entrevista com o motorista Eriberto França na qual ele dizia que a empresa Brasil-Jet, de PC Farias, pagava as contas da Casa da Dinda, onde morava o presidente. A declaração fechou ainda mais o cerco contra Fernando Collor, que acabou renunciando à Presidência em 29 de dezembro daquele ano.
No dia 24 de maio de 1992, Fernando Collor, primeiro presidente brasileiro eleito por voto direto após a ditadura militar, recebia um duro golpe que o levaria ao impeachment. Nessa data, o presidente foi acusado por seu irmão caçula, Pedro Collor, de ser sócio de Paulo César (PC) Farias em negócios ilícitos para levantar recursos que custeavam gastos pessoais e campanhas políticas.
Em entrevista à revista Veja, Pedro Collor afirmou que PC Farias era o “testa de ferro” do presidente e que os dois atuavam em “simbiose profunda”. Ele também disse que o presidente tinha um apartamento em Paris e sabia que PC Farias agia em seu nome para realizar tráfico de influência.
Pedro Collor vinha revelando uma série de denúncias contra PC Farias, mas até então tinha poupado o presidente. A briga entre os irmãos Collor remonta à disputa pelas empresas da família, das quais a mais simbólica era o jornal Gazeta de Alagoas. Sentindo que o presidente se movimentava para derrubá-lo do controle dessas empresas, Pedro Collor passou a recolher documentos da atuação criminosa de PC Farias, a quem chamou de “lepra ambulante”.
Em 25 de maio, no dia seguinte à publicação da entrevista, o assunto foi explorado no Jornal Nacional, da Rede Globo, com uma reportagem de mais de nove minutos, e ganhou a manchete do ‘Estado’, que repercutiu a decisão de Fernando Collor processar o irmão.
Nesta data, o ministro da Justiça, Célio Borja, pediu abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar as denúncias de Pedro Collor e de ação penal para responsabilizar o irmão do presidente por crime contra a honra. O procurador-geral da República, Aristides Junqueira, também pediu abertura de inquérito para apurar crimes contra a administração pública federal atribuídos a Fernando Collor, à ex-ministra Zélia Cardoso de Melo, a PC Farias e ao piloto de avião Jorge Bandeira de Melo, acusado de intermediar liberação de verbas do Ministério da Ação Social.
No dia seguinte, Pedro Collor afirmou ao ‘Estado’ que PC Farias havia lhe oferecido US$ 50 milhões para que desistisse das denúncias contra o presidente, mas ele não aceitou o dinheiro porque sua luta “não tinha preço”.
As acusações minaram a sustentação política de Fernando Collor e, em 27 de maio, por solicitação do PT, o Congresso Nacional instaurou uma CPI para investigar as denúncias. No ‘Estado’, Ulysses Guimarães se dispôs a ser o “bombeiro da crise” e Brizola, que se posicionava contra a CPI, disse que resistiria a qualquer ameaça às ordens democráticas – na época, algumas correntes políticas acreditavam que a comissão poderia desestabilizar a jovem democracia brasileira, o que se mostrou falso.
Um mês depois, em 28 de junho, a revista IstoÉ publicou entrevista com o motorista Eriberto França na qual ele dizia que a empresa Brasil-Jet, de PC Farias, pagava as contas da Casa da Dinda, onde morava o presidente. A declaração fechou ainda mais o cerco contra Fernando Collor, que acabou renunciando à Presidência em 29 de dezembro daquele ano.
TV Câmara pela Internet
AO VIVO
Acompanhe o depoimento de Carlos Cachoeira
Contraventor comparece à CPI mista que investiga atuação do empresário com instituições públicas e privadas
Transmissão em tempo real
Acontecimentos de ontem 25/05
Principal personagem a depor na sessão desta quinta-feira, 24, na CPI do Cachoeira, o araponga Idalberto Matias Araújo, o Dadá, foi orientado a repetir a estratégia usada na terça-feira, 22, pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, e ficar em silêncio diante de deputados e senadores. A sessão começou às 10h25. Participam da sessão também o ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez e o araponga Jairo Martins.
O ex-vereador, que seria o elo da quadrilha com o governo de Goiás, foi o primeiro a falar na sessão. Na leitura de seu depoimento, negou envolvimento com negócios ilícitos e afirmou que sua ligação com Cachoeira era apenas de consultor de suas empresas.
Segundo advogados, Dadá só falará em sindicâncias internas, que apuram sua participação em corrupção de funcionários públicos em troca de vantagens para a organização do contraventor. O advogado Leonardo Gagno adianta que, em depoimento à Corregedoria do Distrito Federal sobre suposto pagamento de propina a Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), Dadá vai sustentar que não houve pagamento, embora, nas interceptações telefônicas da Operação Monte Carlo, apareça orientando o ex-diretor da Delta Construções no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, a fazê-lo. “Dá o dinheiro para o cara”, sugeriu, em conversa na qual combinam repassar R$ 20 mil ao servidor, fora um “mensalinho” de R$ 5 mil.
O advogado diz que a mesma tática será usada nesta quinta pelo araponga Jairo Martins, também seu cliente. “Os dois vão usar o direito constitucional de não se autoincriminar”, afirma.
Abaixo, os principais momentos:
11h17 – Deputado Paulo Teixeira: “Não podemos renunciar à continuidade dessa sessão. Porque ele falou questões aqui que implicam altas autoridades do Estado de Goiás”, disse ao se referir ao governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e defendeu sua convocação. O deputado defende que os parlamentares que desejarem, façam perguntas. O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), coloca que tanto o depoente tem o direito de ficar em silêncio, quanto os parlamentares de seguirem com as perguntas.
11h09 – O deputado Silvio Costa (PTB-PE) insiste para que os parlamentares não façam perguntas para, segundo ele, não municiar os depoentes. O relator rebate: “Ele não está 80 dias preso à toa. Concordo que é um direito dele, mas temos de ter clareza do jogo político que está colocado. Se ele ou qualquer depoente quando chegar a essa CPI e não disser nada, respeitamos o direito constitucional (de ficar em silêncio). Agora, usou esse espaço para se defender, tem que continuar ouvindo (os parlamentares).”
11h03 – O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), insiste para o ex-vereador responder às perguntas e lê suas questões. A cada uma delas, Wladimir Garcez diz que ficará em silêncio. No início da sessão, parlamentares aprovaram requerimento para que somente o relator fizesse perguntas, já que o depoente já sinalizou que não responderia nenhum questionamento. Parlamentares tentam formalizar qual será o procedimento a ser seguido.
10h56 – Ao final da leitura de seu depoimento, o ex-vereador em Goiânia reafirmou que não reconhece as provas coletadas pela Polícia Federal e que não responderá perguntas durante a sessão. “Gostaria de usar meu direito constitucional de permanecer em silêncio.”
10h55 – O ex-vereador confirmou ter amizade com o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), também mencionado nas gravações da Polícia Federal, mas negou articular negócios ou ter tido encontros ilícitos. “Não faço parte de nenhuma organização criminosa. Fui contratado pela empresa Delta para prestar consultoria a Cláudio Abreu (ex-diretor da Delta). Não participei de qualquer processo licitatório, nem de qualquer negócio. Também assessorava o senhor Carlos Augusto de Oliveira Ramos (Carlinhos Cachoeira)”, afirmou. O ex-vereador disse ter pouco contato com Cachoeira e não ter tratado de assuntos ilícitos.
10h46 – Depoente ex-vereador Wladimir Garcez: “Só vou me manifestar sobre os assuntos que eu puder ouvir as gravações. Como os senhores sabem, estou preso e sendo processado acusado de pertencer a uma organização criminosa. Todas as gravações são ilícitas. Não reconheço qualquer validade jurídica dessas gravações (…) porque são imprestáveis. As datas não condizem com os diálogos. Peço aos senhores senadores e deputados que tenham maior zelo ao analisar esses áudios, pois muitos deles são montagens. (…) Das que eu ouvi, percebi muitas alterações.”
10h38 – Presidente da CPI cede à palavra ao ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez. Ele terá dez minutos iniciais. O ex-vereador lê seu depoimento: “Tenho maior respeito pelo Parlamento. (…) Estou preso há 86 dias, longe da família, (…) Estou acusado de crimes que não permitem a prisão preventiva.”
10h37 – Senadores discutem se a sessão deve fazer perguntas aos depoentes ou transformar a sessão em administrativa, para discutir outros pontos relacionados à investigação. Foi sugerido que ao menos o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), faça perguntas aos três depoentes. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) pede o cumprimento ao requerimento que solicitou a quebra de sigilo da construtora Delta e o envio dos documentos à comissão.
10h25 – O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMBD-PB), abre a sessão
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