Magazine do Xeque-Mate

sábado, 18 de setembro de 2010

Veja que ponto chegamos!Todos os vídeos sobre a demissão de Heródoto estão com áudio danificados

A que ponto pode chegar uma campanha suja!
Estava tentando entender o motivo da demissão de Heródoto Barceiro da TV Cultura
E achei muito suspeito o fato de todos os vídeos do You Tube estarem com o áudio danificados
O QUE SERRA FALOU?
O que tenta esconder?




A Internet existe, para a nossa felicidade e informação. Do contrário, ninguém saberia  da demissão sumária de dois conceituados jornalistas da TV Cultura, pelo reles (e imperioso, óbvio) motivo de terem denunciado os preços extorsivos dos pedágios, em São Paulo. São eles Heródoto Barbeiro, nacionalmente conhecido pelo tradicional programa de entrevistas “Roda Viva”, na TV Cultura, e, mais ainda pelo seu programa matutino da Rádio CBN; e Gabriel Prioli, cinco dias após este ter sido nomeado como diretor de jornalismo da TV pública paulista. Os motivos seriam porque Heródo questionou duramente o candidato José Serra na “Roda Viva”,  como mostra o vídeo acima, o ex-governador de São Paulo e considerado principal responsável pelos pedágios, além de ex-manda-chuva da TV Cultura; e porque Sérgio Gabrioli teria encomendado uma reportagem especial sobre os tais pedágios. Agora, uma pergunta: sou eu que estou distraído ou vocês viram algum destaque deste fato nos jornalões, TVs e rádios.  Se o episódio tivesse envolvido a candidata Dilma Rousseff, creio que o estardalhaço seria grande.
Trololó na TV Cultura
Por Nelson Hoineff em 12/7/2010
A bola queimou para a TV Cultura, com as demissões dos jornalistas Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli. Explicações complicadas terão que ser dadas pelo candidato à presidência José Serra – acusado de ter pedido a cabeça dos jornalistas – e pelo vice-presidente de conteúdo da emissora, Fernando Vieira de Mello, recém-chegado por lá, após ter sido afastado da Band.
Como já é amplamente sabido, as duas demissões supostamente têm na base questionamentos feitos pelos jornalistas ao alto preço dos pedágios nas estradas de São Paulo – Barbeiro no Roda Viva, onde Serra considerou a questão um "trololó petista"; Priolli em reportagem para o Jornal da Cultura, e que sequer estava editada.
Barbeiro era um nome importante do jornalismo da Cultura havia muitos anos; foi editor, repórter, apresentador e âncora. Priolli teve várias passagens pela emissora, mas tornou-se diretor do Jornalismo apenas cinco dias antes de ser demitido. É possivelmente um recorde mundial, que deixa para a TV Cultura uma questão que ela tem que responder com urgência: ou o novo diretor de Jornalismo, que a emissora conhecia bem em várias outras funções, demonstrou uma inadequação meteórica para o cargo, ou a emissora cedeu mesmo, como escreveram Luis Nassif e outros jornalistas, às exigências do candidato tucano.
Diálogo de répteisSe isso não é envaidecedor para José Serra, é muito menos para a emissora. Menos ainda para a utopia de se construir uma televisão pública livre no Brasil. O incidente deixa a TV Cultura numa situação visivelmente constrangedora, mas impacta enormemente o debate que vinha acontecendo – especialmente desde a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – sobre a possibilidade de sobrevivência do jornalismo independente numa televisão pública.
A principal razão para isso é que a própria Cultura vinha ironicamente sendo apontada como um modelo bem sucedido dessa possibilidade. Isso em oposição à EBC, que como empresa alegadamente ainda não conseguiu decolar, cujo jornalismo foi esfacelado há tempos, onde essa história de independência é uma balela.
Em vista do experimentado pela EBC – e à luz do que acontece neste momento na TV Cultura –, televisão pública e jornalismo independente parecem ser no Brasil expressões mutuamente excludentes. Mas se o jornalismo não é independente numa televisão pública, não ofenderá perguntar:
– A quem interessa, então, uma televisão pública, e por que os governos investem tanto dinheiro nelas?
A possibilidade de construção de uma televisão pública livre, original e relevante é inversamente proporcional ao nível de promiscuidade que possa existir entre governos e seus partidos e os mecanismos de gestão dessas emissoras. Se for comprovado que o PSDB demitiu dois jornalistas da Cultura por terem feito perguntas sobre os pedágios das estradas paulistas, isso autorizará a EBC a afastar quem se posicione criticamente a qualquer ação do governo Lula. Tal quadro estaria alguns pontos abaixo de um diálogo de répteis – subvencionado pelo dinheiro da sociedade brasileira.
Fundo do poçoA sociedade tem que saber imediatamente se Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli foram de fato demitidos por ordem de José Serra. Se não, por que o foram, que tipo de erros contundentes ambos cometeram – até porque são nomes conhecidos pelo público e respeitados no ambiente profissional.
A sociedade tem também que saber quem está ganhando dinheiro público nas emissoras públicas para não lutar por sua independência e, pelo contrário, torná-las mais e mais subservientes aos interesses dos políticos.
Relações promíscuas com vários setores estão no DNA de muitos políticos – não refiro a qualquer um em especial – e isso talvez não possa ser combatido com tanta facilidade. Mas "laranjas" que são postos nas televisões públicas que o povo está pagando – e que as colocam a serviço do atraso, que as lançam ostensivamente no descrédito público –, estes devem ser combatidos e denunciados por quem quer que defenda a possibilidade de uma imprensa equilibrada, de uma televisão pública independente e voltada para o interesse público.
Ser conivente com isso é jogar a televisão brasileira no fundo do poço, é trair os mais elementares ideais libertários.
***
Em Tempo [incluído às 14h40 de 12/7]: A propósito do texto acima, recebi telefonema do ministro Franklin Martins nesta segunda-feira (12/7), por volta das 13h. O ministro sustenta que "o jornalismo da TV Brasil não está esfacelado" e "essa história de independência não é uma balela"; que, do ponto de vista da EBC, " televisão pública e jornalismo independente não são expressões mutuamente excludentes"; que restrições à liberdade de expressão "seriam evitadas na EBC pelo Conselho Curador"; e que "a EBC não afastaria quem se posicionasse criticamente em relação ao governo Lula". (N.H.)
***
ENTRE ASPAS
Sayad nega ingerência política na TV CulturaSonia Racy e Jotabê Medeiros # reproduzido de O Estado de S.Paulo, 12/7/2010O presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, negou ontem [domingo, 11/7] ter havido motivação política no afastamento de Gabriel Priolli da Diretoria de Jornalismo da TV Cultura. Ele alegou que Priolli não tinha o perfil adequado para o cargo na emissora, gerida pela fundação.
"Foi uma escolha equivocada", afirmou Sayad. Jornalista experiente, com passagem por alguns dos principais jornais e televisões do Brasil, Priolli trabalha para a TV Cultura há mais de uma década e permaneceu apenas uma semana no cargo.
Seu afastamento alimentou a suspeita de ingerência política na emissora pública ligada ao governo de São Paulo. Segundo versão amplificada pela internet, Priolli foi afastado do posto por orientar a produção de uma reportagem sobre as tarifas de pedágio nas estradas estaduais, tema abordado com insistência pela campanha do PT ao governo paulista.
O jornalista preferiu não se manifestar sobre o episódio: "Vou manter silêncio, pois ainda sou funcionário da TV Cultura". O destino de Priolli dentro da emissora deve ser definido hoje, em reunião com o vice-presidente da fundação, Ronaldo Bianchi. Tanto a nomeação quanto a destituição de Priolli foram comunicadas a ele pelo diretor de Conteúdo da TV Cultura, Fernando Vieira de Mello.
O seção paulista do PT anunciou que vai pedir ao Ministério Público Eleitoral que investigue o afastamento de Priolli. O candidato do partido ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, foi entrevistado para a reportagem sobre pedágios, assim como o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.
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Pedágio na Cultura
Fernando de Barros e Silva # reproduzido da Folha de S.Paulo, 12/7/2010
Começou mal, muito mal, a gestão de João Sayad à frente da TV Cultura de São Paulo.
Na quarta-feira da última semana, confeccionava-se, para o jornal noturno da emissora, uma reportagem sobre os pedágios paulistas, aos quais o próprio candidato tucano ao governo, Geraldo Alckmin, havia feito reparos. No início da noite, o diretor de jornalismo da TV Cultura, Gabriel Priolli, foi chamado à sala de Fernando Vieira de Mello, vice-presidente de conteúdo.
Ali ouviu a bronca: a TV não poderia se ocupar de assunto tão delicado sem o seu conhecimento prévio. Vieira de Mello ecoava um protesto que tinha origem em algum escaninho da burocracia tucana.
A reportagem não foi ao ar naquela noite. E Priolli foi afastado de suas funções na tarde de quinta-feira. Durou uma semana no cargo.
Consta que a reportagem sobre os pedágios foi exibida na noite de sexta, feriadão de 9 de julho. E alega-se que foi derrubada na antevéspera porque estava "mal feita". Ninguém deve ter visto o resultado final. Como quase ninguém teria visto se fosse exibida na quarta.
A verdade é que a Cultura é uma TV mais lida do que assistida. Os próprios conselheiros da Fundação Padre Anchieta acompanham a emissora pela imprensa.
A saída de Heródoto Barbeiro do "Roda Viva" nada tem a ver com a pergunta que ele fez no programa a José Serra uma semana antes -justamente sobre pedágios. A sua substituição por Marília Gabriela já estava acertada pela direção. Mas, ao enviar Priolli para a Sibéria, os tucanos conseguiram transformar uma mentira em algo verossímil.
O episódio escancara a ingerência política do tucanato na TV pública de São Paulo. Quando uma reportagem sobre pedágios vira questão de Estado, então é melhor fechar o departamento de jornalismo e exibir "Cocoricó", onde ao menos as crianças são levadas a sério.
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Diretor de jornalismo da Cultura é afastado
Ana Paula Sousa # reproduzido da Folha de S.Paulo, 10/7/2010
Após uma semana no posto, o jornalista Gabriel Priolli deixou de ser diretor de jornalismo da TV Cultura. A decisão, tomada pelo jornalista Fernando Vieira de Mello, vice-presidente de conteúdo da emissora, alimentou boatos a respeito da ingerência política sobre o canal.
No final da tarde de quinta-feira [8/7], Mello chamou Priolli à sua sala para comunicá-lo do afastamento. Priolli, que já era funcionário da Cultura, disse, à Folha, que preferia não falar sobre o episódio.
Nos corredores da emissora e na blogosfera, circula a informação de que, por trás da saída de Priolli, está uma reportagem sobre problemas e aumento nos pedágios.
A reportagem teria sido "derrubada" – jargão para o que não é veiculado – por Mello. "A reportagem não foi ao ar na quarta-feira por uma razão simples: não estava pronta", diz Mello.
"Eram ouvidos só [Geraldo] Alckmin e [Aloísio] Mercadante. Em período eleitoral, somos obrigados a ouvir todos os candidatos. Foi isso que fizemos", acrescenta.
De acordo com ele, o material iria ao ar ontem [9/7] à noite, no Jornal da Cultura.
Dias antes, outra dança de cadeiras originou rumores sobre a influência do governo estadual sobre a TV.
Segundo estes, Heródoto Barbeiro teria sido substituído por Marília Gabriela no Roda Viva por ter feito uma pergunta incômoda a Serra.
A TV atrela a mudança à busca de uma "nova cara" para o canal. Mello observa, ainda, que nem Priolli nem Barbeiro foram demitidos. Ambos devem assumir novas posições na emissora.
Em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=597IPB010

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