PSDB escala Álvaro Dias para pedir explicação a Dilma
18 de setembro de 2010 | 18h 00
- LEUGÊNIA LOPES - Agência Estado
Na tentativa de forçar um segundo turno eleitoral, o PSDB elevou o tom das acusações contra a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, vinculando-a diretamente às novas denúncias publicadas na revista Veja de pagamento de propina na Casa Civil. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi escalado pela cúpula tucana para cobrar explicações de Dilma.
"Alguém pode se dispor a ser presidente da República e não enxergar um propinoduto instalado a um palmo de seu nariz, um balcão de negócios?", indagou ontem o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "Enquanto os brasileiros morriam de gripe, inclusive mulheres grávidas, o governo roubava o dinheiro da saúde", afirmou.
Segundo a revista Veja, funcionários da Casa Civil teriam recebido pacotes de dinheiro, contendo R$ 200 mil, supostamente pela intermediação de um contrato de R$ 34,7 milhões para a compra emergencial do medicamento Tamiflu, usado no tratamento da gripe H1N1. No total, o Ministério da Saúde gastou R$ 400 milhões, em sete compras do medicamento.
Dias anunciou a apresentação, nesta segunda-feira, à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado de representação para ouvir Dilma sobre a existência de um suposto "balcão de negócios" na Casa Civil e de contratos feitos sem licitação envolvendo parentes da ex-ministra Erenice Guerra. "Ela (Dilma) deve explicações, não pode se esconder. Se ela ainda fosse ministra, estava demitida. Esses fatos ocorreram quando ela ainda era ministra", disse o tucano. Ele reconheceu, no entanto, que dificilmente conseguirá aprovar a ida de Dilma ou até mesmo de Erenice ao Senado, antes das eleições de 3 de outubro.
O senador tucano está convicto que as novas denúncias acabem ocasionando um segundo turno nas eleições presidenciais. "Imagino que tudo isso deverá ter consequência eleitoral. É legítimo explorar eleitoralmente os fatos", disse. "Não acredito que um brasileiro de bem, que paga seus impostos, aceite avalizar com o seu voto um governo corrupto", argumentou Dias. O senador não soube informar se o programa eleitoral na televisão e rádio do candidato tucano José Serra vai explorar as denúncias publicadas pela revista.
Em http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,psdb-escala-alvaro-dias-para-pedir-explicacao-a-dilma,611920,0.htm
Olha o que Dilma disse pra ele!
Em carreata na manhã deste domingo (19) em Ceilândia, cidade-satélite a 40 km de Brasília, a candidata petista à presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou que não aceitará o convite do senador Alvaro Dias para prestar depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado. Dilma acusou o líder do PSDB de tentar fabricar um factóide com a sua convocação.
"Isso não é convite, é uma tentativa do Alvaro Dias de tumultuar as eleições e criar um factóide. Convite do Alvaro Dias não aceito nem para cafezinho", disse Dilma.
A petista também rebateu as acusações de que houve pagamento de propina para a compra do Tamiflu, medicamento usado para combater a gripe H1N1. A candidata repetiu a nota divulgada no último sábado pelo Ministéio da Saúde e disse ter estranhado a reportagem da revista Veja que trouxe a denúncia. "Todo mundo sabe que a Casa Civil não tem vinculação com as licitações do Ministério da Saúde. Não entendo a matéria e achei estranha a reportagem".
Quanto à nomeação de Vinícius de Oliveira Castro, antigo assessor da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, Dilma afirmou que não o nomeou e nem o conhecia. "Ele era da confiança da Erenice, não da minha".
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