Xeque - Marcelo Bancalero
Apenas um tira gosto, dos grandes momentos que tivemos hoje em São Paulo no Sindicato dos Engenheiros.
Assim que editar os vídeos postaremos aqui e no Megacidadania.
Tivemos entre outras pessoas importantes, a presença de Henrique Pizzolato, José Genoíno e José Dirceu!
Zé de Abreu declama poema "Defesa do Poeta" de Amália Rodrigues na abertura do Debate de SP
N.B. Nesta edição, o poema leva a seguinte nota, do punho da autora: "Compus este poema para me defender no Tribunal Plenário de tenebrosa memória, o que não fiz a pedido do meu advogado que sensatamente me advertiu de que essa minha insólita leitura no decorrer do julgamento comprometeria a defesa, agravando a sentença.".
In http://serpenteemplumada.blogspot.com.br/2009/10/defesa-do-poeta-natalia-correia.html
Apenas um tira gosto, dos grandes momentos que tivemos hoje em São Paulo no Sindicato dos Engenheiros.
Assim que editar os vídeos postaremos aqui e no Megacidadania.
Tivemos entre outras pessoas importantes, a presença de Henrique Pizzolato, José Genoíno e José Dirceu!
Zé de Abreu declama poema "Defesa do Poeta" de Amália Rodrigues na abertura do Debate de SP
Defesa do Poeta
Senhores jurados sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto.
Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim.
Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes.
Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei.
Senhores professores que pusestes
a prémio minha rara edição
de raptar-me em crianças que salvo
do incêndio da vossa lição.
Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
sou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis.
Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além.
Senhores três quatro cinco e sete
que medo vos pôs por ordem?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem?
Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa.
Sou um instantâneo das coisas
apanhadas em delito de paixão
a raiz quadrada da flor
que espalmais em apertos de mão.
Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever.
Ó subalimentados do sonho!
a poesia é para comer.
Natália Correia, "Poesia Completa", Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2000, pág. 330 e seg.
N.B. Nesta edição, o poema leva a seguinte nota, do punho da autora: "Compus este poema para me defender no Tribunal Plenário de tenebrosa memória, o que não fiz a pedido do meu advogado que sensatamente me advertiu de que essa minha insólita leitura no decorrer do julgamento comprometeria a defesa, agravando a sentença.".
In http://serpenteemplumada.blogspot.com.br/2009/10/defesa-do-poeta-natalia-correia.html
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