Magazine do Xeque-Mate

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Condenação de JD foi em 2005, antes do julgamento da AP470, por isso foi necessário alguns arranjos midiáticos para nada dar errado!

Xeque - Marcelo Bancalero

O amigo Rodrigo Cardia não poderia ter confirmado de melhor maneira o que este Blog e o Megacidadania vem dizendo unindo-se às vozes de tantos outros blogueiros.
Parabéns pela postagem no Jornalismo B
Quem quer a verdade a descobre!
Basta garimpá-la em muitos dos blogs progressistas.
As provas que acabariam com os falsos pilares da acusação podem ser encontradas neste Blog e no Megacidadania


José Dirceu: condenado pelo STF em 2012, e pela mídia hegemônica desde 2005

12OUT
Rodrigo Cardia*
O STF condenou o ex-ministro José Dirceu pelo crime de corrupção ativa, na última terça-feira. Foram oito votos a favor da condenação, e dois contrários. Porém, na prática Dirceu já estava condenado desde 2005. Já tinha sido julgado pelo quarto poder, que não existe de direito, mas sim de fato: a mídia hegemônica. Foi ela que o condenou sete anos atrás, assim como já fez em outros diversos episódios, como no caso do assassinato da menina Isabella (o casal Nardoni foi condenado pela Justiça em 2010, mas na prática já o fora em 2008, pela imprensa, antes mesmo da própria polícia chegar a uma conclusão).
As capas de alguns jornais da quarta dão uma amostra do quão satisfeita ficou a imprensa em geral pela “confirmação” de sua sentença pelo STF. Alguns veículos foram mais comedidos, já outros não conseguiram disfarçar a sensação de “dever cumprido”.
A capa mais imparcial é a do Correio Braziliense. A manchete principal é “Como fica o PT após a condenação de Dirceu”, ou seja, se propondo a fazer uma análise sobre o futuro do partido após a sentença dada a um de seus nomes mais importantes.
Reprodução Correio Braziliense

O Estado de S. Paulo estampou “Supremo condena Dirceu” em sua manchete, com uma foto do ex-ministro ilustrando a matéria. Suprema ironia: esta capa, de um dos raros jornais brasileiros que não escondem seu posicionamento conservador, é bem mais imparcial que as da maioria dos jornais que se dizem imparciais.
Reprodução Estadão

Um pouco menos comedida que a do Estadão, a capa de O Globo estampou “STF condena Dirceu por comandar o mensalão”. Com uma foto de Brasília que mostra a estátua que simboliza a Justiça, mais um arco-íris tendo como fundo nuvens de chuva, sinal de que “abriu sol” em meio a uma tempestade. Ou seja, algo positivo. Fica a pergunta: e se Dirceu tivesse sido absolvido, teríamos uma foto tão “alentadora”?
Reprodução O Globo

Zero Hora e Estado de Minas usam manchetes semelhantes – o jornal gaúcho usa “Condenado”, no singular, referindo-se a Dirceu (que aparece em foto com a cabeça abaixada, como um “derrotado”); já o diário mineiro usa o plural, lembrando que José Genoíno e Delúbio Soares também foram condenados (embora o destaque seja Dirceu).
Reprodução Zero Hora

Reprodução Estado de Minas

Folha de S. Paulo, que ao contrário do Estadão se afirma “imparcial”, estampou em letras garrafais: “Culpados”, referindo-se a Dirceu (que novamente é o destaque da capa), Genoíno e Delúbio. Mais do que notícia, foi juízo de valor: muitas vezes inocentes são condenados. Ou seja, “condenado” e “culpado” não são sinônimos, por mais culpado que seja um condenado.
Reprodução Folha de S. Paulo

A capa da Folha, porém, é bem comedida em comparação com a do Diário de Pernambuco. Ao invés de “condenado” ou “culpado”, o jornal pernambucano diz: “Corrupto”, com a foto de Dirceu ao fundo.
Reprodução Diário de Pernambuco
Por fim, uma capa aparentemente “neutra”, mas que esconde uma “sacanagem”. O jornal A Tarde, de Salvador, tem como manchete “Dirceu é condenado por corrupção” – que é, realmente, o que aconteceu. Porém, a principal foto da capa desmonta a suposta “imparcialidade”: Joaquim Barbosa abaixo, um crucifixo acima, e no meio a chamada para a matéria no corpo do jornal – “Não perdoai-vos, Pai!”. Ou seja: para o jornal baiano, o STF tinha o dever de condenar os réus, confirmando assim a sentença dada pela imprensa há sete anos. Aliás, era o que pensava em geral a mídia hegemônica – a diferença é que A Tarde deixou isso explícito.
Reprodução A Tarde
*Historiador e blogueiro 

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